domingo, 14 de abril de 2013

DEU ROMAN KREUZIGER NO AMSTEL GOLD RACE


Clássica holandesa teve duas características:
Por/ Fernando Blanco Ciclismo Pro.
Equipe Saxo Bank.
ROMAN KREUZIGER Saxo Bank
1. As equipes anteciparam os movimentos de Sagan & Cannondale e Gilbert & BMC, lançando seus homens em fugas. Destaque para o basco Mikel Astarloza que segurou a ponta durante muitos quilômetros.

2. Os dois favoritos e suas equipes tentaram controlar a prova – e os fugitivos – e erraram a conta, perdendo a vitória para o Saxo Bank-Tinkoff Bank, equipe de Bjarn Riis.


O ataque final de Gilbert foi espetacular e assim como no Mundial não teve para ninguém no alto do Cauberg. E também foi Valverde – 3º no Mundial – que o alcançou, junto com outro pré-favorito de Ciclismo PRO, o australiano Simon Gerrans.

A grande/enorme/gigantesca decepção foi Peter Sagan. E nem estava totalmente isolado pois Moreno Moser foi para a ponta nos últimos quilômetros. Estaria num dia ruim? Se marcasse os óbvios Gilbert ou Valverde estaria no pódio. E o engraçado é que havia declarado para o jornal belga La Dernier Heure que “o Amstel foi feito para mim”.


Outra coisa que me incomodou – aliás, vem incomodando há tempos – é a passividade que os grandes líderes do pelotão tratam provas com final em subida: deixam tudo para definir no último quilometro. É assim nas grandes etapas de montanha em Grand Tours. A organização empacota 5 montanhas, mas nenhum líder ou favorito ataca antes da rampa final.

É um verdadeiro passeio ciclístico até a última montanha, com 15 desconhecidos atacando na largando e torcendo para o pelotão errar a conta para que um deles vença. Saudades de Pantani, Zulle, Hinault e, principalmente, Eddy Merckx.

Enfim, o pódio Kreuziger, Valverde e Gerrans, seguidos por um Gilbert que fundiu nos últimos metros, não foi ruim. Ruim foi a estratégia dos líderes. Surpresa (boa) para mim foi ver Gianni Mersman, da Omega Pharma Quick Step, chegar em 5º lugar. Eu o tinha como um sprint puro e vê-lo forte no Amstel foi legal. Mais um belga forte para torcer!!

ROMAN KREUZIGER – este checo tem apenas 26 anos, mas parece que tem 36. Fala-se dele há muito tempo como sendo uma grande esperança, mas demorou a brilhar forte: hoje. 

Ele sobe bem, rola bem e tem espírito de vencedor ... mas venceu muito menos do que se esperava. Algo me diz que este Amstel terá um efeito positivo em sua carreira, reforçando sua moral e autoestima.

Quando venceu o Tour de Suisse em 2008 (aos 22 anos de idade) e o duro Tour de Romandie em 2009 (aos 23), o mundo achava que ele começava a confirmar as expectativas que todos tinham dele, um ex-brilhante ciclista Junior – Ouro no Mundial de 2004.

De lá para cá mostrou bom potencial para Grand Tours, com dois Top 10 no Tour (dois 9os lugares, em 2009 e 2010) e um 5º na Geral do Giro em 2011. Tirando isso, alguns Top 10 em poucas Clássicas.

Decadência rápida demais e frustrações para fãs e patrocinadores. Eu mesmo já o tinha sepultado quando ele foi para a Saxo Bank. De menino-prodígio da Liquigas (hoje Cannondale) foi contratado a peso de ouro pela Astana ... mas Riis o ressuscitou. Muito bom, vamos aguardar para ver se terá sequencia.